segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Validação do problema

A tarefa de validar o problema junto aos elos da cadeia de valor é uma das etapas mais importantes do processo de Lean Startup. Ao longo das duas primeiras semanas do Startup Farm fomos estimulados a pesquisar entre as pessoas envolvidas no problema quais são suas dores, desejos e expectativas.

Lançamos uma pesquisa para visitantes habituais de museus e gestores de museus para avaliar qual problema nosso projeto realmente resolve no sábado 21 de janeiro. A pesquisa ainda está em aberto e nesses cerca de 10 dias obtivemos 84 respostas dos visitantes habituais e 26 dos gestores de museus.

Agradecemos aos mais de 100 participantes da nossa pesquisa e, principalmente, o IBRAM - Instituto Btasileiro de Museus, na pessoa de seu presidente, José do Nascimento, que nos recebeu em Brasília na sexta 27 de janeiro e nos ajudou a compreender melhor as necessidades e oportunidades para os museus no Brasil.

Retweet do perfil oficial do @museusbr


Em breve, vamos disponibilizar posts aqui no blog e em outros sites sobre os resultados de pesquisa. 

Fique de olho!



Customer Development


Rafael é um nome de origem hebraica que significa “Deus cura” ou “Curado por Deus”. Os dois últimos dias com os palestrantes chamados Rafael Lima e Rafael Duton foram bem sugestivos em relação aos seus nomes.

Conhece algum Rafael?
Conhece essa imagem? Claro, né! Ela se chama Putti é uma obra do artista renascentista Rafael Sanzio e está em exposição na Pinacoteca dos Mestres Antigos em Dresden, Alemanha.


E esse aí? Bom, esse é o Rafael dos Anjos, campeão do Prêmio de Finalização da Noite do UFC 112.

Com Rafael Lima, do Workshop Bootstrappers, pudemos experimentar o que chamei de Educação Empreendedora de Alto Impacto. Com Rafael Duton, da aceleradora 21212, aprendemos a nos curar da paixão pela ideia por meio de processos de testes e validação do problema junto ao mercado.

Rafael Duton continuou conosco nos desafios do Customer Development destacando, principalmente, a importância das duas primeiras partes do processo. Esta é uma metodologia criada por Steve Blank, tutor do Eric Ries, do Lean Startup.

Modelo do Customer Development


A maior parte da energia das startups deve ser empregada no Customer Discovery e Customer Validation, as duas seguintes, Customer Creation e Company Building, são operacionais.

Segredo 1: investidores aplicam money, em sua maioria, em startups que passaram bem pelas duas primeiras e já estão nas duas últimas.  

Segredo 2: empreendedores apaixonados por ideias e de saco cheio de processos precisam se curar dessa teimosia e aprenderem a rodar o pivô!

Segredo 3: Pivotar não é acordar de manhã e mudar de ideia, é espremer TODAS as possibilidades referentes a ideia inicial junto ao mercado e ao cliente com o mínimo de recursos possíveis.   

Saímos dessa aula realmente convencidos de como é possível empreender com poucos recursos e muitos esforços aplicados a processos de experimentação.


quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Macarrão e Marshmallow


Esqueça tudo que você sabe ou acha que sabe sobre empreender uma startup e:

- Pegue 20 palitos de macarrão tipo spaghetti, 1 metro de fita crepe, 1 metro de barbante, 1 marshmallow, reúna o seu time e construa uma estrutura sustentável na qual o docinho americano fique na maior altura possível em 18 minutos; ou

- Reze para a sua cidade receber a próxima edição do Startup Farm; ou

- Matricule-se agora no Workshop Bootstrappers com Rafael Lima!

É isso aí galera, a aula de ontem, quarta feira, foi simplesmente a melhor do Startup Farm até hoje! Isso é o que eu chamaria de educação empreendedora de alto impacto!

O Rafael já tinha estado conosco no 1º dia falando um pouco da importância de praticarmos a cultura de testes para não gastarmos tempo e dinheiro em coisas que não tem importância. Ao se pensar um produto, a grande dificuldade é extrair da cabeça do cliente o que ele quer. Já aconteceu com alguém aí aquela situação de encomendar alguma coisa e chegar ao final com a entrega pronta e completamente diferente daquilo que você imaginou?

Pois é, Lean Startup serve para isso, atender de forma clara, objetiva e, sobretudo, barata os desejos dos seus clientes ou potenciais. Quem disse que você precisa de um produto pronto para verificar se ele é vendável? Conhece a história de criação da Zappos? O empreendedor fundador negociou com lojistas físicos, fez imagens dos calçados, colocou na internet para vender e testou a viabilidade de sua empresa bilionária com custos de uma banca de vender refrescos. Detalhe: ele tinha 200 milhões para começar.



Além de inteligência, lógica, cientificidade e economia, Lean Startup ensina pra gente a voltar a ser criança, ter humildade, aceitar erros, cair e levantar rápido. Amei trabalhar ontem com o Guilherme, o Tiago Gaspar e o Henrique Veloso da Token Lab em nossa torre de macarrão!

Conversando com as mãos


A noite começou meio climão. Antes de começar a aula do dia recebemos feedbacks do nosso primeiro pitch do Startup Farm. Não atendemos ao framework. Nenhuma equipe conseguiu atender  a todos critérios de avaliação da apresentação.

Está começando a entender o título do post?
A Rosi falou sobre cada projeto e na hora do Mutz esbarramos em um problema, alías, quem dera, esse é o problema, não temos um problema claro definido! Apesar de a clareza do problema ser um dos pontos avaliados, outros itens são super importantes na hora de trabalhar no mercado e no problema (que tanto de problema! rs):

  • Cuidado para não cair em uma armadilha de validação fake, isso não gera negócios sustentáveis;

  • É preciso imparcialidade na hora de elaborar entrevistas e questionários de validação, às vezes, manipulamos perguntas para ouvirmos as respostas que queremos;

  • A sua amostra de validação deve ser proporcional ao seu tamanho de mercado. Ou seja, se o seu mercado é de 1 milhão de pessoas, não adianta validar com 10 entrevistas!

  • Sinta-se feliz se você só tem o problema e ainda não vislumbrou a sua solução (sim, essa é palavra, ficamos um pouco seduzidos pela nossa solução), provavelmente, a sua validação será a mais honesta possível. Assim foi com a equipe da Dialysis; 

  • Capriche nas perguntas sobre o seu problema, “uma boa pergunta explicita o tamanho do problema e endossa a solução”, palavras da Rosi =) Assim também fez o pessoal do Mobilitate!

  • E uma dica bem geral, aprenda a se comunicar, um pitch é, muitas vezes, para alguém que não é seu amigo, não conhece a sua história e não tem mais que 4 minutos para te ouvir. Aproveite a sua oportunidade única, faça bem feito e consiga uma reunião de 30 minutos. Isso é verdade, por mais que não tenhamos saído bem dessa vez, já conseguimos excelentes encontros a partir de uma boa apresentação! Estar aqui no Startup Farm foi fruto disso.
Tudo bem, isso será trabalhado de novo com os padrinhos. Ficamos felizes em saber que essas anotações da equipe do Startup Farm e dos jurados será repassada para os nossos padrinhos e obteremos mais retorno deles.

Luciana Anunziata está de novo conosco, aquela da pergunta que ninguém escolheu, lembram? Pois é, mas, dessa vez é para falar de design thinking e de uma metodologia para ativação de protótipos. Para nos consolar do desespero, a Luciana nos indicou o livro "O dilema de inovador" de Clayton Christensen, no qual o autor fala da necessidade de inovação, que é na verdade, resolver necessidades reais. 

Lemos um post fresquinho do Results On que a Luciana trouxe pra gente e minha alegria começou a voltar (empreendedor de startups precisa saber lidar com picos de humor: dica do Bernardo Porto da Desk Metrics no último Pitch Digital) lentamente.....

Olha só que bacana esse post, enquanto líamos em conjunto eu fui listando algumas características que há no Mutz e fui me animando:

  1. Sua ideia precisa fazer pelo menos uma dessas três coisas: fazer algo difícil tornar-se fácil, fazer algo caro tornar-se barato ou divertir as pessoas; Rá! O Mutz facilita a geração de receitas para os museus, o acesso dos visitantes aos espaços culturais e ainda diverte... Obaaaaaaaaaaa
  2. Escolha algo com uma grande dor de mercado e não necessariamente com um grande mercado, pois o tamanho não quer dizer que sua startup será um sucesso; Rá! Eu sabia, eu sabia, eu sabia...
  3. Ideias comerciais são diferentes de ideias sociais. Calma lá, entendemos esse "sociais" como social media, ou seja, seu negócio é principalmente para vender ou para engajar pessoas e a partir disso monetizar? É preciso partir com essa resposta clara. Queremos ser e-commerce
  4. É preciso ter empatia com o objeto que está empreendendo. Alguém aqui duvida que amamos museus?
Aêêêêêêêê, a noite começou a ficar mais brilhante para nós!!!! 



Eu e o Guilherme conversamos sobre a dor do mercado e chegamos à conclusão, por meio das pesquisas, que a dor dos museus é maior que a dor dos visitantes. A Débora do Mobilitate nos ajudou em uma conversa extra sala. rs

Na principal dinâmica construímos protótipos com objetos da nossa bolsa. Esse é o verdadeiro conversar com as mãos. 

Olha só em que o Mutz se transformou:

Mutz

Quer entender melhor? Continue acompanhando aqui!

P.S.: O alemão, o Andreas, aquele que nós achamos que não tinha entendido nada, me escreveu e disse que gostou da nossa apresentação! ;-)





  

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

O problema é grande, né? Mas, 4 minutos...

Ontem foi a primeira prova de fogo do Startup Farm. Organizar o Farmers on Beer foi ficha! O desafio dessa vez: apresentar o problema e o mercado do nosso projeto em 4 minutos. Bom, na verdade:

  1. Apresentar o problema, quem está sofrendo, porque precisa de ser resolvido;
  2. Apresentar o mercado, tamanho e potencial;
  3. Levantar hipóteses sobre o problema;
  4. Comprovar ou refutá-las por meio de pesquisas de validação com os sujeitos;
  5. Rá, em 4 minutos e com um alemão na banca!


Tudo bem, o alemão está a 10 anos no Brasil e fala português, mas, depois que terminei minha apresentação ele disse: “foi muito rápido”. Acho que fiquei tão esbaforida que ele nem conseguiu entender. O melhor foi a expressão facial dos jurados, do tipo: Museu? O que essa pessoa está fazendo aqui? Ahhaahahhaahhahahah (Tô curiosa pra saber nossa nota)

Bom, quase não houveram perguntas, o Andreas (o alemão) apenas perguntou sobre a validação com os gestores sobre a parte que o Mutz irá receber pelas vendas das experiências culturais no site (falei muito rápido, acho que não deu pra entender).

Exercitar um pitch é sempre muito bom, muito positivo treinar sua capacidade de síntese e comunicação com quem não tem muito tempo para te ouvir e precisa dividir a atenção com mais de uma dezena de outros projetos.

Para mim, sobretudo, é uma reafirmação do nosso propósito, da razão de ser do nosso investimento de tempo, suor, dedicação, das nossas vidas em uma idéia. E ontem, o Felipe ..., um dos jurados mexeu conosco quando disse que alguns projeto, pelo tamanho de mercado, não se enquadram no conceito “clássico” de startup, ou seja, não tem grande poder de escala e alcance de milhares de milhões de pessoas.
Bom, acho que é o nosso caso, mesmo assim, sentimo-nos convencidos de prosseguir testando as ideias em torno do Mutz. Eu e o Guilherme conversamos a respeito disso na hora de ir embora e estamos unânimes de que estamos trabalhando em um projeto que não nos fará grandes em números, mas, grandes na capacidade de executar bem.  Para ilustrar, li hoje uma frase:
‎"A maioria das pessoas teria sucesso em coisas pequenas, se eles não estivessem preocupados com grandes ambições." (Henry Wadsworth)
É preciso se conhecer para saber aonde se quer chegar com um projeto, mas, essa tarefa nos mostrou o quanto é indispensável pesquisar a fundo o mercado que se quer conquistar. Um exemplo disso foi o Matt, da equipe do MiCasaSuCasa, que foi o último a se apresentar e nos surpreendeu dizendo que o “projeto morreu”. Ora, chegamos todos a conclusão que o projeto não morreu, ele foi testado e chegou-se ao veredicto de inviabilidade. Ou também, “empreendedor não morre, pivota”, como disse o Marcos Breder, do Musical Taste.
Está curioso para saber o que é pivotar? Continue acompanhando aqui. Essa semana vamos falar de protótipos e testes de MVP’s.
Crédito da frase do título: Fernando, do Dialysis

sábado, 21 de janeiro de 2012

Todo artista tem de ir aonde o povo está


Este post sobre a aula de quinta feira com Felipe Matos poderia também ter o título de: “Tira a bunda da cadeira” ou simplesmente, “Market Assessement”!  Desde terça estamos assistindo aulas e fazendo exercícios práticos para nos prepararmos para a apresentação sobre o problema e o mercado do nosso projeto na segunda, 23 de janeiro.  Na terça, treinamos a pergunta pivô, na quarta, desenvolvimento ágil de projetos e teste de viabilidade e ontem falamos sobre análise de mercado.

teste, teste, teste e teste de novo

E uma frase inspiradora deixou bem claro no início do que se tratava o Market Assessement:

"Onde cruzam meus talentos e paixões com as necessidades do mundo, lá está o meu caminho"

Precisamos descobrir essas reais necessidades, convencer as outras pessoas dela e, principalmente, convencer a nós mesmos. Lembrei-me de alguns empreendedores que sempre destacam em sua fala a importância de se pensar nas oportunidades presentes nos grandes problemas, nos gargalos, em necessidades muito específicas, e, em inclusive, fazer as pessoas felizes



Mas como? Como detectar essa real necessidade? Em primeiro lugar, geralmente, o empreendedor percebe essa necessidade por meio de um problema vivido, uma situação vivenciada individualmente ou em sua comunidade. A diferença entre essa percepção e a criação de uma proposta de valor que gere negócios é justamente a validação da necessidade junto aos clientes potenciais.
Para isso é que devemos tirar a cadeira da bunda, ir aonde o povo está. Felipe nos deu exemplos reais de farmers das outras edições do Startup Farm e como eles trabalharam duro para testar suas hipóteses de necessidades e problemas junto aos clientes. O time da Easy Táxi do Rio de Janeiro participou do churrascão dos taxistas no Rio de Janeiro e entrevistaram mais de 400 profissionais!

Descobertas assim ajudam a criar os chamados oceanos azuis, novos mercados com produtos compostos de atributos exclusivos que se destacam por alto grau de diferenciação. Tive contato pela primeira vez com este tema no Reality Show Empreendedores Criativos que participei em São Paulo com a palestra de Leonardo Brant.



Estamos todos muito envolvidos nesta tarefa agora. Alguns farmers já estão com suas pesquisas prontas e em campo. Gostaria de compartilhar com vocês e pedir a ajuda para que participem dessa busca pela reposta de novas soluções para o mundo! =)


Ajude-nos nas pesquisas pela internet, responda todas as pesquisas ou aquelas com as quais
você mais se identifica como cliente/consumidor/pessoa. Muito obrigada!


Mutz, Guia Colaborativo de Museus. http://ow.ly/8BqTX

Click Doe, plataforma de doação de recursos para projetos sociais. http://ow.ly/8BqVZ

Vídeos Interativos, interação com vídeos que você assiste na TV ou na Web. http://ow.ly/8BqYD

MiCasaSuCasa, transporte público e carona. http://ow.ly/8BrYv       

Cucco, agendamento de serviços. http://ow.ly/8Br3I


Musical Taste, isso tem som de quê? http://ow.ly/8D8Yj

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Descobri que sou de business


Juan Barnabó é argentino e começou a aula de desenvolvimento ágil, na quarta feira, dia 18, perguntando sobre a nossa formação. Como deve ser corriqueiro a presença de técnicos em um ambiente de startups, a maioria dos farmers são desenvolvedores, engenheiros, designers e homens de negócios, business. Mas, há “diferentes”, médico, jornalista e historiadora. Bem, para ele, estes são os verdadeiros business, pois, sabem qual é e onde está o problema!

Juan Barnabó
Uau, eu deveria me sentir o máximo!!! Mas não, quem leu o post sobre a aula da pergunta pivô deve ter percebido que ainda há confusão em mim sobre qual pergunta do mundo meu projeto responde. Para testar ainda mais o meu ego, Juan nos contou um pouco sobre sua trajetória profissional : programação na infância (todo programador começa sua jornada antes dos 8 anos de idade?), incômodo com o modelo de educação formal, empreendedorismo precoce, atividades de contrabando, visita da polícia e a criação de sucessivas empresas, umas com sucesso outras nem tanto. “Vocês vão quebrar”!

Eu vou quebrar!

Que motivador para quem está começando, não é mesmo? E o melhor, depois de quebrar alguns dos empreendimentos que ele ergueu, decidiu voltar para o mercado e foi demitido de 3 empresas em 6 meses! Tá, agora conta a parte boa. O segredo está no foco. Após esse período de experimentação profissional, Juan fez uma análise interna e um exercício de auto conhecimento com ajuda da esposa e descobriu algo que ele realmente faz de bom: consultoria em gestão na era do conhecimento, empreendedorismo como talento, educação empreendedora.

Foca no trabalho

Juan começou a ensinar empresas a funcionarem como startups, pensarem e agirem com um modelo ágil, integrado, sistêmico e com um nível de desapego que se equilibre com a capacidade de sonhar. Tudo aquilo que imaginamos e está dentro de nós deve ser checado semanalmente por meio de fatos e dados. 

Essa metodologia é a mesma da qual falou o Rafael, a Lean Startup, que consiste na obsessão pela pergunta pivô, cheque de hipóteses, mais energia empregada nos testes de protótipo de produtos e serviços do que no planejamento. Bem simples, é coçar o cliente para ver se ele reage, se o nosso sonho pode se transformar em algo viável e não nos desperdiçarmos parte das nossas vidas em insistências vãs, porque na verdade, temos menos tempo do que ideias!

Cheque a ideia


Juan deu a dica do Scrum, um jeito de acompanhar execução de projetos de forma simples porém poderosa para valorizar diferentes competências, deixar saudável a relação de trabalho entre a equipe por meio de processos transparentes, auto geridos, participativos e sobretudo, criar fluxos de criação e execução de produtos.

I Love Post it


terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Como curtir museus?

Depois de um fim de semana de introdução, mas, muito intenso de atividades, inclusive com um Meet Up organizado em dois dias, hoje tivemos a 1ª aula da semana! Luciana Annunziata já chegou nos estimulando a mudar o layout da sala para não parecer “aula”. A missão do dia era ajudar a encontrar a pergunta pivô.  Esta questão é aquela que sempre nos norteará caso nos percamos no caminho, o que tem grandes chances de ocorrer com startups.


O exercício principal era off line e consistia na construção de um mapa de perguntas e depois selecionar dentre elas alguma que pudesse ser a pergunta pivô. “Mas apenas uma pergunta?” - alguns de nós questionamos. Sim, “para viver em viver em Beta é preciso ter um centro organizado”, foi a resposta.

Desliguei o notebook e nos lançamos aos post its e começamos a formular uma chuva de perguntas para encontrar apenas uma: qual pergunta do mundo meu projeto atende? Devo confessar a vocês que nesta noite aprendi mais do que nunca a importância de se fazer as perguntas certas e que, mais importante que dar respostas, é saber perguntar.

Guilherme e nosso mapa de perguntas

Após o exercício, recebemos visitas de outros farmers para nos ajudar lançar mais questões sobre as nossas que havíamos feito. Até então, eu e o Guilherme fizemos um esforço que deve ter gastado toda a nossa glicose consumida no dia, um parto, como é difícil fazer perguntas...

Bom, até então dos posts its que havíamos gastado, separamos a seguinte pergunta:

“Como podemos mostrar às pessoas que museu é um lugar super legal?”
Recebemos uma contribuição importantíssima do Erik sobre a possibilidade das pessoas já acharem os museus interessantes, mas, não se sentirem estimuladas a visitar. Achei a colocação super pertinente e resolvi alterar para algo que retirasse o foco do sentimento que as pessoas tem sobre museus e as levassem direto para a visitação e alteramos para: “Como podemos mobilizar as pessoas a visitarem museus?”

Agora, todos os farmers precisavam colar suas perguntas nas paredes e se posicionar em frente àquela que mais gostou. Eu gostei da questão da equipe do Reuni-on (preciso copiar para colocar aqui para vocês!). E pela primeira vez senti na pele aquilo que tanto se fala sobre a cultura de startups: quanto mais rápido você errar, melhor para você! Se quiser ler mais um pouco, leia esse aqui.

Ninguém gostou da sofrida pergunta que fizemos para o Mutz. Bleh

Bã!


No entanto os feedbacks foram super positivos e nos ajudaram a testar algumas hipóteses:
  •       A pergunta não atraiu ninguém para ter vontade de visitar um museu;
  •        Ela deveria ser mais “sexy” mais “gostosa”;
  •       Quem sabe: “Como curtir museus?”, foi a sugestão do Tiago Gaspar.
Tendo ouvido a contribuição dos colegas, pude verificar que:
  • Ainda preciso trabalhar na tarefa de, " definitivamente, espanar este nome e retirar dele a última partícula de pó que possa ter restado" conforme disse Maria Ignez Mantovani na entrevista que me cedeu;
  • Há um longo trabalho de tornar os museus mais atraentes, em especial, para o público jovem, aquele que estava ali;

O Henrique Veloso, da Token Lab, disse: “isso é muito difícil”. E ele tem razão. Atualmente existem no Brasil 3.118 museus e prevê-se a criação de mais 250, mas, cerca de 70% população nunca freqüenta museus, segundo a última pesquisa do IPEA. A fragilizada apropriação social dos museus por motivos como: falta de hábito de visitação, cultura de elitização destes espaços e pouca divulgação das atividades culturais são indícios dessa ausência nos equipamentos brasileiros.

A partir de todos estes fatores acreditamos que a internet é o ambiente ideal para se estimular, desenvolver, democratizar e ampliar significadamente o acesso a museus, exposições e espaços culturais. Esse é o nosso maior desafio, porque, quanto maior o problema, maiores são as oportunidades.

E para testar mais uma possibilidade, gostaria de perguntar aos meu amigos farmers e leitores do blog: será que modelos de calcinha e sutiã passeando pelo museu ajudaria a torná-lo mais sexy? Isso aconteceu de verdade no Musèe d' Orsay em Paris, um dos museus mais tradicionais da França e criou uma baita polêmica.


Que som tem isso? (meu dia de startupeira) De Maria, Maria...


Mas é preciso ter manha

É preciso ter graça

É preciso ter sonho sempre

Quem traz na pele essa marca

Possui a estranha mania

De ter fé na vida....










segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

"Eu sou João e sou de Júpiter"

A experiência de trabalhar com a equipe na organização do Farmers on Beer foi fantástica. Desde o sábado quando a tarefa foi lançada, foi muito empolgante ver como as pessoas se mobilizaram para ajudar, cada um conforme as suas habilidades.

Propus a colaborar com a comunicação e ativação nas redes sociais. Com o apoio da Aline, assessora de imprensa do Startup Farm, conseguimos um post no blog do Romã Mídia Livre e os rapazes do Date Ville trouxeram a cobertura de ninguém menos que o site Sou BH (tirei deste link as fotos que estou usando aqui).

Amei o bar para onde o Willen nos levou, amei o ambiente e o buffet de petiscos em especial! Não pude chegar às 19h, mas, foi maravilhoso encontrar a casa cheia de farmers e convidados especiais. O Guilherme levou o Samuel e o Leonardo.


Samuel e Leonardo
Fiquei honradíssima com a presença do João Drummond e do Maurimar Carneiro, ambos meus convidados do grupo do Facebook Startup BH. O grupo Startup BH foi criado há cerca de 4 meses, nascendo 1 mês a partir de uma thread (aprendi essa palavra agora) no grupo Startup Brasil. Eles também realizam eventos regulares, o Café com Negócios em parceria com o pessoal do Empreendemia. Pena que não poderei ir no próximo que será no dia 19/01, mas, fica a dica!

Matt, do Mi Casa Su Casa e sua namorada (eu acho), João Drummond e Maurimar Carneiro, meus convidados =)
Reencontrei com o Rodolfo Zhouri, coordenador em Minas Gerais da Endeavor, uma das maiores organizações de apoio a empreendedores do mundo e fiquei mais feliz ainda em saber que ele estará conosco nas noites do Startup Farm. Realizamos espontaneamente um Speed Pitching (não sei se é assim que se escreve). Posicionamos 5 mesas com dois lugares no meio do bar para 5 farmers falar do seu projeto para 5 não farmers em dois minutos. Foram 4 rodadas e foi ótimo!


Gaúcho na anunciação da nossa ação
Eu, o Guilherme e o Samuel conversamos bastante sobre o Mutz e sobre os projetos do Samuel que ficou tão empolgado que foi embora pensando em se matricular no Startup Farm. 


Guilherme e Débora do Mobilitate
Investi parte da minha noite também conversando com o João Fábio do Tandera, um projeto magnífico de acessibilidade digital para pessoas com necessidades especiais visuais. É um dos projetos que mais senti afinidade em relação ao nosso. Foi incrível descobri a principal motivação dele para empreender: ser presidente do Galo! “Eu sou o João e sou Júpiter!”


Eu, Edmar, idealizador do Speed Pitching e o João, de Júpiter

Muito obrigada a todos por esta noite deliciosa... 


P.S.: O Daniel Falci, da Cucco, nos convidou para o Farmers on Pastel, mas, não pude ir. Conta aí, Daniel, como foi?


Daniel Falci, CEO do Farmers on Pastel

Geração empreendedora


No sábado, após a manhã de apresentações, senti um desconforto comum no ar: alguns profissionais estavam de saco cheio das empresas onde trabalhavam. Comentei com o Guilherme sobre isso para perguntar se ele sentiu o mesmo e chegamos à conclusão que se essas pessoas estavam aqui no Startup Farm, certamente, estariam, de alguma forma, dispostos a mudarem a sua condição de trabalho no mercado.



No domingo, após a dinâmica das perguntas, esse sentimento ficou muito óbvio para mim. Jovens inteligentes, ativos e empreendedores estão buscando cada vez mais formas de se superarem e atenderem expectativas pessoais que não podem ser atendidas pelo modelo clássico de empregabilidade vigente hoje na maioria das empresas. Mas, sobretudo, querem soluções que gerem riqueza sustentável e justa. 




O que buscamos hoje é uma atuação mais sistêmica, altamente conectada pela permeabilização entre a vida e o trabalho, chegando, às vezes a se confundirem. O trabalho deixa de ser sacrificial e passa demandar de nós sensibilidades, criatividades, habilidades e competências antes não toleradas nas empresas. Acho incrível esse vídeo que me foi apresentado pelo André Martinez no Empreendedores Criativos e expressa bem essa visão de equilíbrio.



No Caminho, estou encontrando pessoas sensíveis a essas mudanças e que tem me ajudado muito. Uma das mais importantes chama-se Adriana Costa, consultora que conheci no Museu das Minas e do Metal. Ela postou um texto hoje em seu perfil do Facebook que expressa muito bem esses novos desejos da juventude brasileira: Manifesto Geração Empreendedora.


“NÃO DESEJAMOS EMPREGOS EM MULTINACIONAIS, NEM TRABALHAR BATENDO
PONTO, SEM GOSTAR DO QUE FAZEMOS; DISPENSAMOS SER UMA MERA
ENGRENAGEM, POIS NÃO NASCEMOS PARA SER ROBÔS OBEDIENTES;  NÃO
IREMOS ENFRENTAR HORAS DE TRÂNSITO, NEM SEREMOS REFÉNS DO
CAOS URBANO; NÃO DEPENDEREMOS DE GOVERNOS, QUAISQUER QUE SEJAM
SEUS MODELOS, NEM NA MÍDIA, OU DAS IGREJAS E SUAS RELIGIÕES, POIS
SABEMOS QUE  A VERDADE É MUITO CARA PARA SER CONTADA(...)”




Durante o Seminário de Plano Estratégico do Circuito Cultural Praça da Liberdade tive a oportunidade de conhecer o projeto Sonho Brasileiro, um estudo livre, sem fins lucrativos que quis conhecer a chamada “primeira geração global de brasileiros”, assim como também seus valores, pontos de vista e sonhos!  

Assista ao vídeo:




domingo, 15 de janeiro de 2012

Farmers on Beer BH

Então chegou a hora da surpresa! Nossa tarefa para a primeira segunda feira do Startup Farm BH foi a realização de um Meet Up para reunir todos os farmers, mentores, convidados especiais e toda comunidade startup de Belo Horizonte e região.

Confesso que o desafio foi tão assustador que fiquei preocupada. No entanto, a capacidade de mobilização da turma foi incrível e logo após os trabalhos de sábado, um grande número de pessoas se reuniu para definir os passos do evento.

Muitas ideias e sugestões, mas, um consenso, não poderiam faltar de forma alguma: um ambiente descontraído e relaxado e CER-VE-JA! Ainda dou muitas gargalhadas só de lembrar a ênfase que o nosso amigo João Fábio deu para este último item. Tudo bem! Tarefa organizada.

O talentoso Diego Guimarães traduziu bem o nosso desejo!



Esperamos todos vocês no Salomé Bar às 19h!


Domingo de Startup Farm BH

O caminho pela manhã foi doloroso: sentir o cheiro do frango assado ao passar pelo centro comercial do bairro e saber que eu não ia provar o almoço da mamãe de domingo foi triste!



Tudo bem, o sacrifício valeu à pena! Nossa manhã de trabalho foi recheada de dinâmicas e descobertas mediadas pela psicóloga Melissa Migliori, ou melhor, pela Melissa, que nos ensinou que somos muito mais do que nossa formação, profissão, trabalho. Foi incrível escrever, falar e ouvir sobre os nossos sonhos. Das poucas coisas que acho que sei sobre a vida é que é impossível vivê-la sem sonhar. Sou movida a sonhos. Sinto prazer em ficar horas “sonhando alto”, imaginando coisas incríveis, possibilidades impensáveis, lugares inexplorados.



Logo após experimentamos o exercício da pergunta e a importância de fazê-las corretamente. Já tinha ouvido especialistas em educação falarem sobre o desafio de ensinar a fazer perguntas, problematizar da forma correta e estimular o espírito de curiosidade e inquietação para se descobrir o novo, pessoal e afetivo.



Cada um de nós fez uma pergunta para si mesmo e fomos convidados a apresentá-la para o grupo. Uma parede inteira começou a receber os papéis que com o passar do tempo foram tomando conta do branco.


Na segunda parte do dia tivemos uma deliciosa conversa com Henrique Bastos que deixou-me muito curiosa em relação às relações que estabelecemos com nossa própria vida e a nossa equipe de trabalho. Ele deixou alguns princípios básicos dessas relações:

  • Confiança (o principal para mim);
  • Transparência;
  • Diálogo;
  • Contato pessoal;
  • Diversidade;
  • Auto organização (meu maior desafio dessa lista);
  • Empoderamento do outro;
  • Exemplo;
  • Consistência;
  • Experiência;
  • Doação.


Ah tá, a surpresa? No próximo post...







1º dia de Startup Farm BH


Foi tudo muito rápido. Fiquei sabendo que tinha sido selecionada para o Startup Farm BH na terça, dia 10 de janeiro e o programa já começou no sábado dia 14. Um fim de semana inteiro de 9h às 19h30m de muita intensidade e novidade.


No sábado as boas vindas e as dinâmicas de apresentações foram clássicas, porém muito divertidas, pessoas novas, projetos incríveis e histórias de vida que nos impulsionam. Tivemos a oportunidade de ouvir por quase duas horas, Alex Tabor, um dos fundadores do Peixe Urbano. Uma jornada diversa em países e culturas diferentes e uma escolha: viver e empreender no Brasil.

Gostei da medida de validação do MVP que tornou o Peixe Urbano o que ele é hoje: 60 cupons de uma experiência de turismo de aventura vendidos em uma semana a partir de mail marketing para 4.000 endereços! Fiquei pensando no Mutz e em um dos nossos MVP’s que seria uma coisa parecida: um cupom de experiência cultural e gastrômica. Vamos testar.



Rafael Lima do Bootstrappers (traduzido do inglês: se estrepa sozinho!) ensinou-nos da forma mais clara possível como se economiza tempo e dinheiro aplicando testes simples, baratos e que permitem uma pré análise que reduz drasticamente os riscos de se jogar em uma Startup. Pausa para a melhor definição de Startup que já li: “Uma instituição humana desenhada para entregar um novo produto ou serviço sob condições de extrema incerteza”. É de Eric Ries, principal autor do método Lean Startup.



Finalizamos o dia com Rodrigo Paolucci da Samba Tech. A principal lição: seja cara de pau! O principal desafio: gestão de pessoas.  E, antes que o dia terminasse, uma surpresa: uma espécie de tarefa relâmpago. Senti-me na época do colégio quando havia gincanas, com equipes, torcida, enfim, um espírito competitivo positivo e que nos impulsiona a doar o melhor de nós. Depois conto direito essa parte!